Análise: “A democracia em declínio”
Postado às 19h18 | 23 Dez 2024
Ney Lopes
Em janeiro, quando começou o ano de 2024, propagou-se que seria ano de eleições. Publicaram-se opiniões diversificadas.
Foram às urnas mais de 2 bilhões de eleitores, em 50 países.
A revista Time declarou, que era um “ano decisivo para a democracia”.
A Rússia reprimiu pesquisas eleitorais; Senegal tentou atrasar a eleições, que levou à queda do presidente.
El Salvador encontrou o caminho para vencer, que foi a repressão feroz às gangues.
No geral, como se saiu a democracia em 2024?
O paradigma são os Estados Unidos, onde cerca da metade do eleitorado disse que a democracia não representou as pessoas comuns.
Em 30 países africanos declinou o apoio à democracia. Cidadãos e oposições mostraram o risco de ascensão da autocracia.
Se não em declínio, a democracia certamente está sob ataque.
Lutas
A tendência é que a democracia tenha menos expectativas sobre o que ela pode proporcionar.
A grande mudança nos Estados Unidos é o fim do ciclo americano, de uma superpotência aberta e engajada no mundo, que deseja estabelecer-se como modelo democrático.
O mundo, segundo Donald Trump, é visto exclusivamente através do prisma exclusivo dos interesses nacionais americanos.
Um mundo de lutas pelo poder e guerras comerciais, que despreza o multilateralismo.
Um mundo, finalmente, no qual o Presidente dos Estados Unidos trata duramente os seus aliados e é leniente com autocratas, considerados mais parceiros do que adversários.
A vitória de Donald Trump é também um mau presságio para as mulheres, para os imigrantes e para a democracia em geral.
Um chefe do executivo da principal potência mundial, que descreve seus oponentes como “inimigos do ‘interior’ e considera alguns dignos do pelotão de fuzilamento.
Ao mesmo tempo, difama a mídia dissidente e ameaça enviar o exército para caçar imigrantes ilegais nas cidades democráticas, encorajando todos os líderes totalitários do planeta.
A sua receita é nunca justificar nada e sempre falar de si mesmo, obrigando o adversário a reagir.
Futuro
Na verdade, a América descobrirá, a partir de janeiro de 2025, a que escuridão ou caos a sua tentação autoritária a conduzirá.
A nação será presidida por um homem de 78 anos, movido pelo desejo de vingança, pronto a punir aqueles que o atormentaram – magistrados, agentes da polícia, generais, governantes eleitos, jornalistas – e a destruir o Estado federal.
God save the America (Deus salve a América)!
Curtinhas
+ Sobre essa “lengalenga” de impostos excessivos no Brasil, a regra vinda dos países desenvolvidos é pagar o imposto “necessário e possível” ao desenvolvimento da nação. Poupar gastos, sem “sacrificar a sobrevivência” dos excluídos é a orientação certa. Tudo se resume, ao bom senso e a equidade.
+ Enquanto isto, R$ 524 bilhões é o número da sonegação fiscal no Brasil
+ Além disso, os benefícios tributários (isenções, juros subsidiados…) farão o governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025. Valor é superior a 2024. Mesmo assim, os “lobbies” econômicos transferem para os programas sociais, salários, aposentadorias e pensões de funcionários públicos, militares, bolsa familia, trabalhadores etc. a responsabilidade pelo déficit público.
+ E as reservas internacionais do Brasil, que continuam crescendo e estão em em US$ 362,225 bilhões? Essas reservas funcionam como uma espécie de seguro e poderiam serem usadas com critérios de responsabilidade.
+ Uma “verdade verdadeira”, dita pelo ministrpo Haddad: “Direita não quer pagar mais impostos. Esquerda não quer conter gastos. Como fecha as contas? ”.
+ A “conta” vai sempre para os pobres, com a redução das ações sociais do estado e o esmagamento financeiro da classe média.
+ Paulinho Freire, prefeito de Natal, atribuiu sua eleição a Álvaro Dias, que agradeceu, declarando não fazer nenhuma “indicação” ao novo prefeito. Será mágoa por alguma pretensão de Álvaro Dias não atendida por Paulinho?
+ Perfis políticos de Álvaro Dias e Paulinho. O primeiro “fechadíssimo”, até para atender telefone. Prestígio dado apenas ao grupo próximo. O segundo, risonho, sempre trabalhou com as cúpulas políticas fechadas e tradicionais.
+ Criz Vidal, jornalista e professora universitária, será a secretária de Comunicação de Natal. Excelente escolha.