‘Tarifaço’ de Trump: setor automotivo mostra preocupação com aumento de importados da China e México

 ‘Tarifaço’ de Trump: setor automotivo mostra preocupação com aumento de importados da China e México

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‘Tarifaço’ de Trump: setor automotivo mostra preocupação com aumento de importados da China e México

Segundo a Anfavea, acordo de livre comércio com o México pode fazer produção de lá chegar ao Brasil com custo competitivo, como consequência das tarifas de Donald Trump.

Por André Fogaça, g1

 

08/04/2025 17h35 Atualizado há 55 minutos

 

Linha de montagem da fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP) — Foto: divulgação/Volkswagen

Linha de montagem da fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP) — Foto: divulgação/Volkswagen

 

 

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) expressou preocupação com a nova dinâmica do mercado automotivo na América do Sul, em função do “tarifaço” impostos por Donald Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos.

 

Um dos principais efeitos é a redução no volume de exportação de veículos produzidos no México para o mercado norte-americano.

 

“Uma vez que a queda acontece, o México vai enviar as unidades para outros países com os quais ele tem algum acordo comercial, como é o caso do Brasil. Muitos investimentos que seriam realizados no Brasil ou Argentina, deixarão de ser feitos para utilizar a capacidade ociosa das fábricas mexicanas, por conta dessa tarifa extra”, diz Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

A produção mexicana de 3,2 milhões de veículos para exportação direta aos EUA, segundo a Anfavea, deve ser reduzida nos próximos meses. A entidade acredita que o excedente será direcionado para outros mercados, especialmente aqueles que possuem algum acordo de livre comércio com o México — caso do Brasil.

 

“Com isso, investimentos que seriam realizados aqui e na Argentina deixarão de ser aplicados, para utilizar a capacidade ociosa que será criada no México devido ao aumento das tarifas”, revela o executivo.

Para a entidade, os investimentos para a construção ou ampliação de plantas fabris na América Latina podem ser direcionados ao México, que terá parte das fábricas sem operar como operavam até 2024.

“Pegando uma empresa B, ela tem produção no México, Estados Unidos e Brasil. Se ela tiver que investir nos Estados Unidos, ela vai usar a capacidade ociosa do México e vai deixar de investir em outros países. O Brasil pode ser um dos impactados. Esse efeito acaba prejudicando países, como o Brasil e que têm acordo de livre comércio com o México “, complementa Márcio.

Márcio também destaca que as tarifas de Donald Trump podem reduzir a demanda global por veículos, aumentar a capacidade ociosa em vários países e diminuir os investimentos de algumas montadoras.

 

Apesar do cenário pouco positivo, Lima Leite destacou que podem surgir vantagens competitivas para o Brasil ao explorar novas rotas de produção que devem ser criadas devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

 

Para os Estados Unidos, a Anfavea prevê uma queda no mercado de aproximadamente 1 milhão de veículos em um ano, com estimativa de aumento no preço para o consumidor (de US$ 3 mil a US$ 12 mil), alta da inflação e atraso na transição energética para carros elétricos e híbridos.

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